Friday, April 23, 2010

Sobre amores e amizades...

Já escrevi várias vezes sobre relacionamentos. E sobre quando eles se desfazem. Acho triste. Muito triste. Não, caro leitor invisível, e anônimo, e inexistente. Não terminei nenhum relacionamento. Pelo menos não nos últimos milésimos de segundos... rs. O que acontece é que vira e mexe eu leio, ouço ou vejo algo que me entristece.

Tristeza alheia, sabe? Pois é. Sinto muito quando vejo pessoas que antes eram unidas, compartilhavam das mesmas idéias, movimentos, celebrações... assim... sem se falarem, ou se falando “socialmente”.

Quando um amor (ou uma amizade) acaba, muitos diriam que foi porque nunca existiu tal sentimento. Será? É possível que as pessoas passem anos, décadas juntos fingindo se amarem? Não imagino isso. Tenho certeza de que por aquele período em que estiveram juntos, o sentimento era verdadeiro. Nem que tenha sido por interesse. Aliás, por falar em interesse, não existe relação sem interesse. Mesmo que este seja apenas o bem estar pessoal. Ou alguém fica com alguém pensando em ser infeliz, triste, fracassado? Claro que não. Quando procuramos estar com alguém, queremos ser felizes, ter prazer, amansar o coração, a alma, sei lá. Mas o fato é esse. E não há problema algum nisso. O problema é quando esse interesse passa a destruir a vida do outro. E eu acho que é aqui onde começa a acabar um relacionamento.

Ciúme excessivo, por exemplo, acaba com qualquer vida em comum. Aquela coisa de você é meu (seus olhos, boca, nariz, braços, pensamentos, sonhos e tudo o mais), é sufocante. Mesmo na amizade. E existe amizade assim, em que o outro não pode ter novos amigos. Em que o outro não pode mudar de emprego. Em que o outro não pode nem dar uma voltinha ou fazer uma reuniãozinha sem que o amigo seja convidado ou avisado sobre o fato. Ele (o amigo) “tem” de saber com quem você anda, o que você come, com quem se relaciona. E ai de você se não contar. É horrível isso.

Outra coisa pior ainda: “se eu tenho outro amigo, este (outro amigo) TEM de ser seu amigo também”.

Pode uma coisa dessa?

E ai do outro amigo se não quiser ser seu amigo.

“Se não for seu amigo, não pode ser meu também!”

E aí as fofocas, os disses me disses, as armadilhas, cobranças... Enfim... Aliás, se é uma coisa que me tira do sério é cobrança. “Por que não me ligou”? “Por que não me convidou?” “Por que não me apresentou?” “Por que não veio?” “Por que não foi?” Por que, por que e por que... Rapaz...

Bom, eu estava escrevendo sobre minha tristeza, mas acho que esse texto está mais parecendo um desabafo... haha... O que eu quero, na verdade, registrar é que, se houvesse respeito, tudo seria diferente. E quando eu falo respeito, eu estou me referindo a tudo, a opiniões, pensamentos, estilo de vida, posturas, gostos, decisões... inclusive respeito próprio (ou amor próprio, como queira).

Não fui convidada? Ok. Meu (minha) amigo (a) teve suas razões. Eu não vou morrer por isso. O amigo dela não é meu amigo? Ok. Tenho tantos, ou suficiente, que este, com certeza, não fará falta. E nem por isso, vou cobrar, fazer da vida do meu amigo um inferno. Ele é meu amigo e sempre será, independentemente, das suas outras companhias. E por falar em companhias, às vezes seu amigo tem companhias ou vai a lugares que não lhe agradam. E nem por isso, você é obrigado a acompanhá-lo. É só dizer que não gosta e pronto. Simples. É possível separar perfeitamente os estilos de vida.

Em relação ao amor é mais complicado, mesmo assim, é também possível separar as amizades, os colegas de trabalho, e até familiares, sem que isto interfira na relação. Mas se estiver interferindo, então está na hora de decidir entre o que é mais importante...

Mas, em geral, é só pensar que a pessoa que está ao nosso lado é um, e nós, outro. Cada qual com a sua história. E somente (SOMENTE) quando estamos juntos, somos um só (costurados, amarrados, atados, sei lá... rs), tentando construir uma outra história. Particular. Única. E, quem sabe, para sempre... É isso!

E sobre minha tristeza? Bem, continuo achando relacionamentos desfeitos algo muito triste. Muito mesmo.

(Adriana Luz)
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